Mesmo já sendo um dos principais geradores de riquezas para a economia baiana, com expressiva participação nos resultados da indústria química nacional, o Polo Industrial de Camaçari ainda pode ampliar muito a sua contribuição para o desenvolvimento do Brasil, e da Bahia, em particular. Este foi o recado dado a parlamentares que integram a Frente Parlamentar da Química (FPQuímica), além de outros convidados que nesta segunda-feira (dia 04) visitaram unidades industriais da Braskem e da Italfarmaco Group.
Atualmente, a indústria química baiana emprega um total de 15 mil pessoas diretamente, além de outras 130 mil indiretamente e 59 mil por conta do efeito renda – que diz respeito a atividades que utilizam os produtos químicos em suas cadeias produtivas. Levando-se em conta apenas os empregos diretos, a indústria química movimenta R$ 2,5 bilhões em salários por ano na Bahia, destacou o economista Carlos Danilo Peres, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Além disso, a produção de químicos e petroquímicos por aqui movimenta por ano R$ 2,2 bilhões em Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
É em Camaçari que a ITF Chemical, do Italfarmaco Group, abastece parte das suas quatro plantas farmacêuticas que atendem mais de 90 países no mundo. No Brasil, a indústria é fornecedora de insumos para o Sistema Único de Saúde. Para Leôncio Cunha, diretor-superintendente da IFT, a influência da empresa poderia ser bem maior com melhores condições operacionais. “Temos condições de colocar no mercado produtos que fazem a diferença”, afirma. Em Camaçari, a empresa tem potencial para produzir insumos farmacêuticos ativos (IFAs) para medicamentos de tratamentos oncológicos, de combate à anemia, nutracêuticos e hiperfosfatemia.
Na planta Químicos 1, da Braskem, o grupo pôde ver in loco onde o polo, que nasceu voltado para a indústria química, começou. Perceberam que o local está bem diferente do que era na década de 1970. Parte das mudanças se devem aos R$ 1 bilhão investidos em melhorias e modernizações realizados pela petroquímica no ano passado. “Em Camaçari, nós atuamos na primeira e segunda geração de petroquímicos, que são chamados de básicos porque são matérias primas para praticamente tudo o que é industrializado”, destacou Carlos Alfano, que é diretor industrial da Braskem e presidente do Comitê para o Fomento Industrial de Camaçari (Cofic).
“Os produtos básicos são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, como são para qualquer país”, ressaltou. Alfano mostrou aos visitantes que o complexo industrial está conectado com as principais estruturas logísticas e de produção do estado, como a Refinaria de Mataripe, o Terminal Portuário de Madre de Deus (Temadre), o Porto de Aratu e até uma ligação direta com as unidades da Braskem em Maceió. Segundo ele, somando tudo, são mais de 1 mil quilômetros de dutovias.
Atualmente, a Braskem possui 8 unidades, com um número bem maior de fábricas, empregando 1,6 mil trabalhadores e uma capacidade para a produção de 5 milhões de toneladas de produtos por ano. Alfano lembrou aos presentes que a indústria química mundial enfrenta atualmente o mais severo ciclo de baixas no preço da história.