O Centro Vocacional Tecnológico “Espaço Fazer” de Camaçari, no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) no município. Considerado o maior do Norte e Nordeste do Brasil, foi idealizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em parceria com o Governo Federal. Ele contou com investimento de R$ 1 milhão e congrega um conjunto de laboratórios, que transcende em infraestrutura o conceito de um espaço maker tradicional, mas contemplando os moldes e objetivos que fundamentam a concepção dos laboratórios maker.
Ou seja, o Espaço FAZER é um local de Inovação, que resulta de um Acordo de Cooperação entre o IFBA e a SECTI, que foi implantando final do mês de junho na unidade de Camaçari, permitindo à comunidade em geral ter formação na área de novas tecnologias, prototipagem, robótica, desenvolver projetos e ideias inovadoras.
O Espaço é equipado com 20 impressoras 3D, 4 Scanners 3D, 42 notebooks, 48 canetas 3D, 4 Maquinas de corte à laser, bem como outros equipamentos e materiais e tem cerca de 220 metros quadrados, divididos em três laboratórios, além de uma área administrativa. Ele é é gerido por um Comitê Gestor composto por pesquisadores que, com auxílio da SECTI têm a missão de trazer inovação para a região.
O aporte realizado foi direcionado a equipamentos e materiais. Assim, a comunidade poderá participar das formações e submeter ideias e projeto através das chamadas que serão lançadas no site e Instagram do IFBA Campus Camaçari e nos canais de comunicação da SECTI, ainda neste mês de agosto.
Para Eduardo Oliveira Teles, professor de Computação e membro do Comitê Gestor a iniciativa possui uma imensa singularidade positiva. “Acho que o grande diferencial que temos no Espaço FAZER é ter uma equipe multidisciplinar responsável por recepcionar e organizar as ações pactuadas com a SECTI. Entre as atividades estão: visitas guiadas, cursos de formação para professores, agentes da educação, estudantes da comunidade interna e da Rede Pública de Ensino do Estado da Bahia na temática Maker,além das chamadas para execução de ações e projetos inovadores e voltados para o desenvolvimento de tecnologias assistivas. Vale a pena destacar ainda os recursos ou produtos para kits didáticos, pesquisas e prestação de serviços tecnológicos para o setor produtivo. Ao passo que a comunidade for conhecendo o Espaço, estará cada vez mais envolvida em transformar ideias em projetos e projetos em negócios ou produtos. Não temos dúvidas, que é uma iniciativa de alto impacto para a região.”
Segundo Lanuza Lima Santos, professora de Língua Portuguesa, coordenadora de extensão, “o Espaço FAZER representa uma promissora possibilidade de desenvolvimento e aprimoramento das potencialidades do nosso corpo profissional de professores, pesquisadores altamente qualificados e dos nossos estudantes, sempre tão engajados e protagonistas em tantos desafios tecnológicos e sociais. Além disso, é um excelente caminho para a execução do tripé da extensão do campus, com poder de integrar a comunidade externa ao campo da inovação e fomentar a cultura maker na cidade e região.”
De acordo com a estudante do curso Integrado de Eletrotécnica, Isabelle de Jesus Santos Ribeiro, a ação tem o poder de impactar não somente o mercado educacional e profissionalizante.
“Para mim, o Espaço Fazer é uma grande oportunidade de transformar vidas. Muitos projetos não são concluídos ou nem mesmo começam por falta de estrutura em muitas instituições e comunidades. Essas ideias engavetadas frustram a possibilidade de mudar a vida de muitas pessoas. No nosso campus, por exemplo, temos o “PaceFree” que é uma tecnologia assistiva para pessoas com deficiências visuais, do qual faço parte, integrando a equipe de criação.
No nosso campus, por exemplo, temos o “PaceFree” que é uma tecnologia assistiva para pessoas com deficiências visuais, do qual faço parte, integrando a equipe de criação. Este espaço no nosso instituto é uma dádiva para o futuro do nosso projeto e muda completamente as nossas projeções e aumenta e muito as chances de escaloná-lo”.
Quando questionada sobre o impacto específico da ação em sua vida, Isabelle respondeu: “Em particular, para minha carreira acadêmica e profissional, ter acesso a essas tecnologias modernas e recursos de alta qualidade me permitirá desenvolver habilidades essenciais e adquirir experiências práticas que serão inestimáveis para meu futuro.
Espaços como esse são extremamente importantes não apenas para a comunidade em que estão alocados, mas também para o benefício de todo o país, pois estimulam a vontade de inovar e empreender, proporcionando-nos criar e construir um futuro melhor para todos.”
Sam Oliveira de Almeida Santos, estudante do Curso Técnico de Informática afirmou ter perspectivas imensas. “As minhas expectativas com o espaço são grandiosas. Acredito que será de grande proveito em todas as áreas da instituição. Poderemos utilizar os recursos para o ensino, com aplicabilidades maiores de objetos manuais com as impressoras 3D, por exemplo. Para a comunidade externa será possível ofertar cursos e formações, para que possam desenvolver atividades para suas comunidades e aprender novos conhecimentos, além de conhecer o campus.
Ainda tem a pesquisa, que, com certeza, será de grande valor pelo histórico de jovens excepcionais que temos, com os instrumentos da nova instalação. Há, ainda, menos barreiras para a criatividade e a vontade de resolver problemas de nível local ou mundial.”
E projetos começam a ser formados no Espaço recém-inaugurado. Um exemplo disso é um case elaborado por Alana Carolina da Costa França , aluna do curso de Eletrotécnica.
“Além de estudante de eletrotécnica no IFBA, também sou estudante de Iniciação Científica. No laboratório de química do instituto, desenvolvo um projeto de pesquisa que visa reduzir danos ambientais causados por poluição industrial usando carvão ativado de resíduos orgânicos. Em minha opinião, acredito que Espaço Maker fará diferença para o desenvolvimento dessa pesquisa, pois terei um acesso mais amplo para explorar métodos de aplicação do meu carvão ativado no setor industrial, tendo em vista a quantidade de impressoras 3D disponíveis no espaço e, além disso, os recursos ofertados não vão só me ajudar,mas também irão ajudar gerações futuras que, assim como eu, desenvolverão pesquisa e utilizarão dos recursos ofertados no Espaço Maker.”