Salvador foi a cidade com o maior número de tiroteios registrados em todo o mês de abril, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. A capital baiana lidera, com folga, o ranking da violência armada em Salvador e na Região Metropolitana de Salvador (RMS), acumulando 118 confrontos, o que representa mais de 75% do total de 155 tiroteios mapeados no período. As ocorrências resultaram em 96 mortos e 19 feridos apenas na cidade, consolidando um cenário alarmante de letalidade e insegurança.
Camaçari aparece em segundo lugar, com 16 tiroteios, que deixaram 17 mortos e dois feridos. Em seguida vêm Dias D’Ávila, com seis tiroteios e seis mortos, e São Sebastião do Passé, que registrou quatro confrontos, três mortos e um ferido. Também foram contabilizados casos em Lauro de Freitas (três tiroteios, três mortos), Candeias (dois tiroteios, dois mortos e um ferido), Mata de São João (dois mortos), Simões Filho (dois mortos), Itaparica (um morto) e Pojuca,
Ao todo, 155 pessoas foram baleadas em abril, com 131 mortes e 24 feridos. O número representa um aumento de 5% em relação ao mesmo mês de 2024, quando 148 pessoas foram baleadas (126 mortas e 22 feridas).
O que chama atenção, porém, é o crescimento nas ações policiais como causa direta desses confrontos. Do total de tiroteios registrados, 71 ocorreram durante operações policiais, o maior número do tipo registrado em 2025 até agora. Isso representa um aumento de 20% em relação a abril de 2024, quando foram 59 tiroteios em ações policiais.
Entre os mortos, 124 eram homens e sete mulheres. Dos feridos, 20 eram homens e quatro mulheres. A análise etária mostra sete adolescentes mortos e um ferido; 123 adultos mortos e 22 feridos; além de um idoso morto e outro ferido. O recorte racial evidencia que a maioria das vítimas identificadas era negra: 80 pessoas, 77 mortas e três feridas. Apenas uma vítima branca foi registrada. As demais 74 vítimas não tiveram a raça informada.
Os tiroteios também ocorreram em ambientes privados e públicos. Doze pessoas foram mortas dentro de residências e duas ficaram feridas. Uma vítima foi assassinada dentro de um automóvel, enquanto duas pessoas foram feridas durante eventos. Casos de violência armada também vitimaram trabalhadores: um motorista por aplicativo e dois mototaxistas foram mortos. Cinco agentes de segurança foram feridos, quatro deles em serviço e um fora do expediente.
O número de mortes por bala perdida em abril foi menor do que no ano anterior, com uma vítima fatal e três feridos em 2025, contra duas mortes e dois feridos em 2024. Além disso, foram registradas três chacinas, totalizando 12 mortos. Tiroteios ligados a disputas entre grupos armados somaram 20 ocorrências, deixando 13 mortos e três feridos. Quatro confrontos ocorreram durante perseguições, com quatro mortos e quatro feridos.