Dados do Ministério da Saúde sobre a saúde mental das crianças e adolescentes do Brasil mostra que os quadros de ansiedade e depressão entre os pequenos bateram recorde em 2025, registrando grande número de atendimentos por transtornos variados, e formando um cenário que preocupa especialistas e famílias.
Conforme o levantamento, o número de atendimentos por transtornos de ansiedade em crianças de 10 a 14 anos cresceu 2.500% nos últimos dez anos, saltando de 1.850 registros em 2014 para mais de 24.300 casos em 2024. Entre adolescentes de 15 a 19 anos, o avanço foi ainda mais alarmante: +3.300% no mesmo período, com mais de 53 mil atendimentos anuais registrados no Sistema Único de Saúde (SUS).
O fenômeno não é exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de ansiedade em crianças subiu de 7,1% para 10,6% entre 2016 e 2022. A depressão infantil também aumentou de 3,2% para 4,6% no mesmo período. Especialistas apontam as redes sociais como um dos principais gatilhos para a saúde mental de crianças e pré-adolescentes em todo o mundo.
De acordo com Anna Rubia, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Unime Anhanguera, esses dados apontam para uma causa que é multifatorial, mas é possível evidenciar alguns gatilhos.
“Os casos mais comuns são alterações hormonais ou estruturas cerebrais, mas problemas bullying, maus tratos, violência psicológica, mudanças de escola e divórcio dos pais, uso excessivo de redes, também podem desencadear problemas psíquicos”, alerta.
A neuropsicóloga Anna explica que as redes sociais, por fazerem parte do atual contexto social pode ser vista como uma das principais vilãs para o crescimento desse problema entre jovens e crianças.
“A dopamina direciona nossa atenção para buscar atividades prazerosas como comer, socializar e se reproduzir, fortalecendo a memória agradável dessas experiências para serem repetidas no futuro. E isso acontece também com as crianças, sobretudo diante de telas. No exagero disso, o indivíduo é inundado por dopamina em um curto espaço de tempo e, como consequência, o sistema de recompensa cerebral, sobrecarregado para lidar com tantos estímulos, reduz o número de receptores de dopamina dos neurônios para reduzir a sua sensibilidade a esses estímulos exagerados. Com menor sensibilidade dos neurônios, serão necessários estímulos cada mais intensos para despertar o interesso da criança em determinada coisa de maior relevância. Talvez, por este motivo, pode- se apresentar maior dificuldade para estudar, ler um livro ou realizar outras atividades fora das telas”, explica.
A neuropsicóloga explica, que o uso das redes sociais é um tema que faz parte de uma ampla discussão na Psicologia, principalmente quando se fala sobre “Identidade”, isto é, quando o indivíduo inicia a elaboração de respostas para responder a seguinte pergunta: “Quem sou eu?”.
“A partir desse cenário, percebemos a ascendência do número de casos e compartilhamentos sobre a intensa cobrança diante dos padrões perfeitos de autoimagem, autoexpressão, contexto social e profissional, assim como comportamentos. Esses fatores estão amplamente associados aos elevados níveis de ansiedade, depressão, entre outras patologias”, alerta.
Por fim, Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa dá algumas dicas para o uso saudável das redes sociais e internet como um todo. Confira:
Leve seu filho a um profissional da saúde. Incentive a terapia e, se for o caso, leve a um psiquiatra
Jamais dê medicamentos a seu filho sem recomendação e orientação médica
Observe comportamentos que podem ser nocivos, como: falata de energia, isolamento social, entre outros
Estabeleça um tempo de acesso a telas (horários de uso);
Desative as notificações e/ou lembretes;
No próprio celular consta uma ferramenta de controle do período do uso diário. Importante acessar;
Lugar de criança não é nas redes sociais. Monitore seus filhos!
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