Projetados como uma das soluções globais para a crise climática, carros elétricos da chinesa BYD terão produção em solo baiano, a partir desta quinta-feira (9), com a inauguração da fábrica de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A abertura oficial da primeira planta da empresa no Brasil, maior fábrica de veículos elétricos da América Latina, teve participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

O chefe do executivo baiano enfatizou que, além da contribuição para a transição energética no setor, a fábrica representa um fortalecimento da produção nacional de veículos sustentáveis. “A implantação da BYD torna a Bahia protagonista na produção nacional de veículos sustentáveis. A fábrica brasileira vai revolucionar na geração de empregos, vai trazer uma marca de descarbonização para a nossa economia, vai trazer a possibilidade de olhar o Brasil como potencial para a energia eólica, solar, para a produção de hidrogênio verde”, disse Jerônimo Rodrigues.

“Começar a produzir veículos elétricos é a demonstração de que nós estamos criando uma pátria soberana, um país que tem a maior reserva florestal do mundo, que tem uma riqueza mineral extraordinária. Ninguém compete com o Brasil”, destacou o presidente Lula.

O investimento estimado da expansão da empresa para a Bahia é de R$ 5,5 bilhões e deve se consolidar como maior polo industrial da BYD fora da China. Durante a instalação da fábrica em Camaçari, foi acordada com o Governo do Estado e a União, a nacionalização da montagem dos carros. Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Ângelo Almeida explica que até 2027 50% dos componentes dos carros serão nacionais.

“Na primeira etapa serão 150 mil carros montados por ano. Para a segunda etapa, já estão previstos 300 mil carros produzidos anualmente até 2030 e com um detalhe importante: 78% dos componentes serão brasileiros, nacionais, e 52% dos componentes produzidos na Bahia”, frisou.

Serão montados carros de passeio elétricos, híbridos e movidos a etanol e gasolina, com a função elétrica. O último, com o motor flex, foi lançado durante a cerimônia no modelo Song Pro da BYD. A versão flex foi fruto de pesquisa com a engenharia brasileira da marca.

“Esse é um sonho que nasceu da confiança e da visão de futuro. O que nos moveu foi a confiança no potencial desse país e em sua capacidade de liderar a transição para uma nova era da indústria automotiva. O nosso país é de energia limpa e renovável, da energia que promove a oportunidade de protagonizarmos uma liderança global na transição energética” complementou Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD no Brasil.

Produção

A unidade de Camaçari vai operar no primeiro ano no sistema SKD (Semi Knocked-Down), com montagem dos veículos localmente, mas com peças importadas da China. Em 2026, está prevista a mudança para a produção nacional dos modelos com etapas como estampagem, soldagem e pintura, além da inclusão de um maior número de componentes nacionais.

Nos próximos cinco anos, através da BYD, também serão implantadas no estado plantas voltadas ao processamento de lítio e ferro fosfato — insumos necessários para a fabricação das baterias utilizadas nos veículos —, facilitando o acesso às peças por clientes brasileiros.

Geração de emprego e renda

O secretário do Trabalho, Emprego e Renda (Setre), Augusto Vasconcelos, lembrou que, desde o início das obras da fábrica na Bahia, a BYD tem gerado empregos diretos e indiretos. Atualmente estão contratados pela empresa 1,5 mil profissionais, brasileiros e estrangeiros, de diversas áreas.

“Realizamos cursos de qualificação profissional, formando 479 operários para trabalhar na fábrica. Uma parte dessa mão de obra foi aproveitada, a outra parte está participando de processos seletivos e temos dialogado com a empresa para o maior número de contratações de trabalhadores baianos”, comentou.

By mario

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