O Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo acompanhado de perto pelo governo britânico, que busca replicar o modelo dos agentes comunitários brasileiros no NHS, o sistema de saúde do Reino Unido. A informação é do jornal The Telegraph.
No título da reportagem, escrita por Laura Donnelly e Claudia Marquis, afirma que o NHS está próximo de uma crise, e levanta o questionamento da possibilidade de que um projeto radical das favelas brasileiras poderia ser a salvação do sistema de saúde do país europeu: “O NHS está perto do colapso — um projeto radical das favelas brasileiras poderia salvá-lo?”
O governo britânico está realizando um projeto em fase inicial inspirado no modelo brasileiro em Pimlico, um bairro de Londres, que posteriormente deve ser ampliado para 25 regiões na Inglaterra, ainda de acordo com o The Telegraph .
“No Brasil, os agentes comunitários de saúde fazem parte da chamada Estratégia Saúde da Família, sob o guarda-chuva do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a publicação.
Enfatizando o modelo brasileiro, o texto afirma que os agentes comunitários propiciaram “melhorias drásticas” em indicadores de saúde no Brasil.
“Poucos meses após vencer a eleição, o governo [do partido] trabalhista ficou bastante interessado na Estratégia Saúde da Família brasileira, enviando representantes da área de saúde ao Rio para assinar uma carta de intenções sobre a cooperação em saúde entre o Reino Unido e o Brasil.”
Ainda segundo a reportagem, o ministro da Saúde britânico, Wes Streeting, está buscando inspiração no modelo de saúde brasileiro para reformular o sistema de saúde do Reino Unido, o NHS. Ele convidou especialistas em saúde do Brasil para compartilhar conhecimentos sobre os programas de saúde da família, com o objetivo de incorporá-los em um plano de dez anos para o NHS.
Mudanças no sistema de saúde britânico
O plano, previsto para ser publicado em junho, visa ampliar os planos de prevenção de doenças e deslocar o foco dos hospitais para as comunidades. Inspirada no modelo brasileiro de saúde, a medida prioriza a atenção primária e a prevenção. Durante a campanha eleitoral, Streeting destacou a dificuldade de acesso a médicos como um dos principais problemas do sistema britânico.
No passado, o sistema de saúde britânico passou por reformas significativas, como a introdução do “mercado interno” nos anos 1990, que separou os “compradores” dos “provedores” de serviços de saúde. Embora essa reforma tenha aumentado a eficiência, também gerou fragmentação e desigualdades no sistema.